quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ainda Ruy Belo

Os pássaros nascem na ponta das árvores

As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração

Ruy Belo

Aniversário de Ruy Belo, nascido a 27 de Fevereiro de 1933


"Mesmo que não conheças nem o mês nem o lugar
caminha para o mar pelo verão"
Ruy Belo

Ultimatum, de Álvaro de Campos

Para os alunos que vão amanhã ver a peça de Teatro na Comuna, caso queiram e possam ir mais cedo, às 19.00 será representado o "Ultimatum" de Álvaro de Campos, com entrada livre.

Convite- Galeria Lino António

http://galerialinoantonio.antonioarroio.org/exposicoes.htm

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS

FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS - 12º ANO, ANO LECTIVO 2007-2008

MATRIZ:

A- Peça Felizmente Há Luar, de Luiz de Sttau Monteiro

Deves demonstrar que:

. Sabes distinguir Acto de Cena

. Conheces as Personagens, o seu estatuto e importância

. Estás informado/a sobre o Contexto social e político da acção, bem como da peça

. Conheces o drama enquanto modo literário e sabes quais são as suas características

. Percebes a importância da luminotecnia, da sonoplastia e do cenário no modo dramático, e crias texto nesse sentido

B- Poesia de Fernando Pessoa e heterónimos

Deves demonstrar que:

. Sabes reconhecer a poesia dos heterónimos

. Identificas e explicas a função estética de determinadas figuras de estilo e processos estéticos

. Compreendes e explicas o significado de certas expressões

. Conheces os vários heterónimos e sabes distinguir as suas características temáticas e formais

. Conheces a estética e as várias correntes em que se situa e que marcam este autor

. Sabes “dialogar” criativamente com um texto

C- Questão de desenvolvimento

A partir dos dois autores (Luiz de Sttau Monteiro e Pessoa/heterónimos) terás também de criar um texto expositivo ou dramático em torno de um dos seguintes temas:

- Felizmente há Luar: teatro épico?; os símbolos nesta peça; aspectos políticos e sociais na peça de Luiz de Sttau Monteiro; presença e papel do povo

- Poesia de Pessoa/heterónimos: vida, obra, espaço, tempo, e complexidade; a heteronímia em Pessoa, a fragmentação do ser, a infância, estética aristotélica ou não aristotélica, a natureza e as sensações; lirismo, linguagens, coloquialismo, processos de estilo e poesia; Reis, Caeiro e a metafísica; as fases de A de Campos; Campos e a sua concepção de estética

Sobre DRAMA EM GENTE e GENTE EM DRAMA

SOBRE OS DIÁRIOS DO 2º PERÍODO, alguém me perguntou:

"Surgiu-me um dúvida quando estava a fazer mais uma entrada no diário. Ao todo quantas entradas temos de ter no diário? (Fernando Pessoa; Felizmente Há Luar!)
A minha pergunta é se o diário termina antes do teste ou se mantém até dia 7 Março (dia da entrega)?"


Não sei ao certo quantas são as entradas, ainda não as contei, mas para saberem o mínimo (não há máximo
) basta contarem o número de semanas vezes dois para cada lado; mais uma para a semana do teste, mas enfim… mais uma menos uma, não será por aí, será mais o empenho, a qualidade, a coerência, a criatividade, o rigor… Se faltar um número significativo terá peso, mas só nesse caso…

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Dia Internacional da Língua Materna

"A MINHA PÁTRIA É A LÍNGUA PORTUGUESA", Fernando Pessoa

Metade das 6 mil línguas que se falam actualmente no mundo correm o risco de desaparecer dentro de poucas gerações. sendo que a cada duas semanas uma delas deixa de ser falada. Por isso a UNESCO vem defendendo com afinco a promoção da diversidade lingüística e a preservação das tradições culturais, tendo lançado, em 1999, o Dia Internacional da Língua Materna (21 de Fevereiro).
Assim, mostra a Unesco a sua forte dedicação e empenho na contribuição para a preservação da herança linguística mundial contra as forças de globalização imposta que não respeitam os indivíduos, nem a suas línguas e culturas.

Vejamos a declaração do Director Geral da Unesco, Koitiro Matūra, por ocasião do anterior Dia Internacional da Língua Materna:

«A Línguas Maternas são únicas porque marcam os seres humanos desde o seu nascimento, dando­‑lhes sobre o mundo um olhar singular que nunca se extingue, independentemente do número de línguas que se venha a adquirir posteriormente. Aprender línguas de outros é uma maneira de perceber o mundo de diferentes formas, fazer­‑lhe outras aproximações.»

E ainda:

“Longe de ser um campo reservado à análise de especialistas, as línguas estão no centro de toda vida social, económica e cultural. Esse é o significado do slogan lançado pela UNESCO para o Ano Internacional dos Idiomas: ‘Os Idiomas são Importantes!’”

Este ano a data dará ênfase especial aos instrumentos normativos internacionais relativos ao multilinguismo.

Serão examinados documentos como a Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias e a Convenção para Salvaguarda do Património Cultural Imaterial de 2003. Também serão objecto de debate as políticas linguísticas aplicadas no continente africano ou em países como Hungria e Paraguai.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Diário

11 de Janeiro de 2008

Atrasada. E neste período tenho sido mais auto-disciplinada no que toca ao cumprimento dos horários. De verdade.

A chuva hoje não ajudou nada, saí de casa já depois da hora em que passava o autocarro e assim como assim, abri o guarda-chuva e fui andando calmamente até à escola; enquanto ia tomava o pequeno almoço que costuma esperar pelo primeiro intervalo.

Cheguei e cometi o descuido de perguntar à Carol pelo que tinham estado a fazer em vez de me manter calada, mas enfim. A "stôra" tinha lido o texto “Quem se contenta” e estava agora a explicar que tínhamos de fazer o diário daquela aula. Desvendou o mistério que a aparelhagem traz sempre que aparece numa sala: íamos ouvir duas gravações de dois artistas da geração Orpheu. Primeiro, um poema de Álvaro de Campos – "Opiário" – da sua fase decandentista. Inicialmente, a voz de quem declamava o poema pareceu demasiado arrastada, enrolada e engolida para se perceber o que fosse, mas foi certa a adaptação do ouvido e conseguimos distinguir algumas passagens que tínhamos de apontar e partilhar no fim. Das que apreendi, destaco:

Gostava de ter crenças e dinheiro

Não tenho personalidade alguma, não posso estar em parte alguma

A minha pátria é onde eu estou

Este desassossego que há em mim e que não tem maneira de se resolver

Se ao menos eu por fora fosse tão interessante como por dentro

E a que achei mais curiosa apanhada no meio do tumulto de sons aspirantes a palavras, “os ingleses são feitos para existir”, que ao partilhar com a professora, descobri que acabava com algo do género “mete-se uma moeda e saem a sorrir”

Mais tarde na Internet procurei a estrofe:

Os ingleses são feitos pra existir.

Não há gente como esta pra estar feita

Com a Tranqüilidade. A gente deita

Um vintém e sai um deles a sorrir.

De seguida, ouvimos o "Manifesto Anti-Dantas", de Almada Negreiros. Uma amiga já mo tinha dado a ouvir há uns anos (no 9º ano, se a memória não me falha) e ri-me tanto como se tivesse ouvido pela primeira vez.

Das passagens que mais gosto, destaco:

O Dantas nasceu para provar que, nem todos os que escrevem sabem escrever;

Se o Dantas é Português, eu quero ser espanhol;

E fique sabendo o Dantas que se um dia houver justiça em Portugal todo o mundo saberá que o autor d' Os Lusíadas é o Dantas que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo Camões.

Hilariante.

Ana Neto 12º I nº 1

Agenda breve

Recordo algumas datas:

TESTES:
4 de Março: 12º K
5 de Março: 12º I e J

ENTREGA DOS DIÁRIOS "DRAMA EM GENTE" E "GENTE EM DRAMA":
6 de Março: 12ºK
7 de Março: 12º I e J

POSSÍVEL IDA AO TEATRO VER UMA PEÇA SOBRE O Livro do Desassossego, de F Pessoa
Quinta-feira, 28 de Fevereiro, 21.30, a confirmar. (5 euros)

POSSÍVEL IDA AO TEATRO VER UMA PEÇA SOBRE Felizmente Há Luar:
Data a definir em breve.

Do desassossego

Da página do teatro da Comuna, retirei:

http://www.comunateatropesquisa.pt/html/main.php

(Remeto para o que escrevi abaixo, sobre o acompanhamento de mais professores) relativamente ao Felizmente Há Luar.

Fiz uma inscrição provisória para quinta-feira dia 28, uma vez que às quintas é mais barato (5 euros)

Do Desassossego
de Carlos Paulo, a partir do livro "Do Desassossego" de Bernardo Soares/ Fernando Pessoa.

Versão cénica
e encenação de João Mota.

Estreia dia 17 e vai estar estar em cena até 8 de Março, com o seguinte horário: de quarta a sábado às 21h30m, domingos às 17h.

Preço dos bilhetes: Quartas e quintas preço especial único de 5€, nos outros dias preço normal 10€, estudantes e terceira idade 7,50€.

Tem duração de 1h, e está classificado para maiores de 12 anos.

Inteiramente baseado no “Livro do Desassossego” de Bernardo Soares/Fernando Pessoa.

Será um monólogo interpretado por dois personagens:
Um actor (Carlos Paulo) e um músico (Hugo Franco).

Fernando Pessoa ,ele próprio , será o musico , sem palavras, mas que através da execução musical de temas originais e, recorrendo aos mais variados instrumentos, preencherá silêncios , anunciará as mudanças marcará os ritmos- maestro por excelência – dos seus heterónimos.


O actor, representará seis personagens que compõem o imenso caleidoscópio de vivências que “O Livro do Desassossego” propõe; O Escriturário , A Criança , O Mendigo , O Palestrante , Homem/Mulher, Revoltado.


Este espectáculo será uma reflexão sobre um século que acabou e que teve em Fernando Pessoa um dos maiores expoentes , pela clareza , a inteligência , a frieza com que soube interrogar e interrogar-nos .

O Desassossego Português através da palavra do maior poeta da língua portuguesa do século que findou .

Felizmente há Luar

Não tendo ainda conseguido contactar a Barraca para ver da possibilidade de uma visita, aqui fica, para já, a página:


(Peço-vos que vão contactando os vossos professores para saber da sua disponibilidade em acompanhar-nos [eu farei outro tanto], porque actualmente é obrigatório que cada grupo de 15 alunos seja acompanhado de um professor; dado que se trata de três turmas e sou apenas uma, façam as contas...)

http://www.abarraca.com/online/main.html

Entrando e clicando à direita em Felizmente Há Luar, podem ter acesso ao guião pedagógico, para onde existe um link.

Da página, retirei:


“Felizmente há Luar” é hoje um clássico da literatura dramática portuguesa. Com esta peça e o “Render dos heróis” de José Cardoso Pires dá-se início a uma corrente de teatro narrativo de influência Brechtiana que na segunda metade do século XX veio a ter seguidores em Portugal, entre os quais se contam Romeu Correia, Bernardo Santareno, Fernando Luso Soares, Helder Costa, etc.

A partir da obra de Raul Brandão “Vida e Morte de Gomes Freire” Luis de Sttau Monteiro mostra-nos o reino de Portugal sob o domínio dos ingleses que ocuparam o país no seguimento da vitória sobre as invasões francesas. A ditadura de William Beresford, o “aliado” ocupante, serve a Sttau Monteiro para mostrar os mecanismos de denúncia e traição que os regimes ditatoriais sempre fomentam e assim aproximar aquele período do século XIX da ditadura de Salazar sob a qual viveu.
A obra escrita em 1961 aproxima Gomes Freire de Andrade de Humberto Delgado, candidato da oposição a Salazar, que como o primeiro acaba assassinado pelo regime a que se opôs.

A peça faz assim, tal como o teatro fez sempre, uma transposição de tempos. Mostra-se o que se passou para que todos compreendamos melhor o que se passa. Assim fizeram os trágicos gregos indo buscar matéria à Guerra de Tróia e ao ciclo Tebano, assim fez Shakespeare indo estudar as crónicas dos antigos reis, assim fez Kleist, Victor Hugo, assim fez Brecht, Heiner Müller, etc, etc.

No início, a peça mostra-nos o ambiente que precede a revolta que, a triunfar, trará de volta o rei D. João VI a Portugal e promulgará uma monarquia constitucional. Intrigas, denúncias, mas também o povo esperançado a avançar na sua luta. O ritmo é rápido, através do qual são apresentados os vários grupos sociais que estão em jogo e termina com a prisão de Gomes Freire de Andrade.
Segue-se o desânimo geral devido à prisão do General. Tal como no tempo de Salazar a polícia actua sobre os civis evitando que a revolta se propague. Matilde, a mulher de Gomes Freire de Andrade, (interpretada no espectáculo por Maria do Céu Guerra) personagem que embora tendo existido realmente, é na peça romantizada e enfatizada pelo autor que lhe confere o papel da corajosa protagonista que tudo arrisca para salvar o “seu herói” com quem partilhou amor, vida e convicções durante muitos anos. O ritmo deste acto é mais lento, mais trágico, mais belo. Tudo caminha para a fatalidade. O herói será sacrificado. No fim só nos resta esperar que o heroísmo do grande patriota dê frutos e exemplo na resistência à tirania.
No silêncio o povo avança…

Maria do Céu Guerra

O Intelectual e o seu Tempo
Há peças que marcam uma época. É o caso de “Felizmente há luar!” de Luís de Sttau Monteiro.
Foi escrita nos anos de brasa que foram o início dos anos 60 e no rescaldo da burla eleitoral que entronizou o medíocre marinheiro Américo Tomás no posto de Presidente da República roubando ao povo português a sua indiscutível escolha, o general Humberto Delgado.
A peça foi publicada e alcançou grande êxito, aliás previsível, dado o paralelismo entre a perseguição ao general Gomes Freire de Andrade e ao general que tinha entusiasmado o país anunciando que “Obviamente” iria demitir o Presidente do Conselho se fosse eleito.
Claro que a Censura proibiu a sua exibição e o autor passou a sofrer o anátema de ser anti-regime, venerado, atento e obrigado.
A resposta de Sttau Monteiro foi clara e sem equívocos. Não perdeu a arma que era a sua pena e não abrandou a luta nem a coragem.
E, por isso, teve a normal resposta do ditador Salazar: perseguições e prisão.
É bom lembrar a acção exemplar deste género de intelectuais, hoje espécime raro em Portugal e no mundo dito civilizado.
Na linha de Zola, Romain Roland, Stefan Zweig e tantos outros, era um intelectual comprometido com o seu tempo.

Hélder Costa

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Bibliografia

Indicação bibliográfica do livro que anda a ser lido no início das aulas:

CALVINO, Italo. A Memória do Mundo. Lisboa. Teorema. 1995. Trad. de José Colaço Barreiros

Chamo a atenção para o facto de alguns contos (como foi o caso de hoje e de outros anteriormente) poderem relacionar-se com os conteúdos do programa que estamos actualmente a estudar e assim a possibilidade de servirem de inspiração para os vossos diários/blocos Drama em Gente (Pessoa-heterónimos) e Gente em Drama (Sttau Monteiro) .

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Diário da aula de Português


Diário da aula de Português |1.02.2008

Cheguei à escola um pouco depois do toque...estava com os pensamentos atarefados com os preparativos do Carnaval. Segui em direcção à sala de Português, quando no fundo do corredor vejo quatro colegas meus. Assim que os vi, pensei: “boa, provavelmente a professora não vai dar aula, que bom, vou ter um tempo extra para me preparar para o desfile”.

Quando me aproximei deles, vi a professora Risoleta a sair da sala dos professores em direcção à nossa sala e o meu entusiasmo desceu a pique.

Descemos todos até à 014 para começarmos a aula....felizmente, a professora foi flexível...leu-nos uma “história” como ela própria disse. Pessoalmente, gosto das suas leituras, gosto da voz, apesar de durante a leitura de hoje não ter prestado muita atenção...estava com a cabeça noutro lugar.

A pouco e pouco os meus colegas foram chegando, Ah! É importante referir a pontualidade do ......., pois não é um acontecimento frequente. Mas como eu estava a dizer... os meus colegas foram chegando e a professora pediu os diários para fazer uma primeira análise. Quando terminou, deixou-nos sair, compreendendo a nossa euforia e falta de vontade para a matéria.

Acabou assim a aula de português propriamente dita...saí da sala contente...os meus pensamentos centraram-se novamente nos adereços para a minha máscara de arvore, lembrei-me de ir à ourivesaria pedir um bocadinho de cobre para fazer uma grinalda de folhas, de seguida fiz os brincos “árvore” e comecei a fazer a minha pintura facial...tocou...eram 10:15 acaba perante a escola a aula de português e eu já era uma

arvore!


Maria Galhano

Nº17 12ºI

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Livro a livro, mês a mês

Embora com alguma irregularidade, do Centro de Recursos da escola, destaco, de vez em quando, um livro.

Hora H


A Primavera cheira a laranjas.

(Há umas granadas de mão, redondas e pequenas, a que chamam laranjas.)

O cheiro das laranjas enche a noite luarenta de mistérios.

(Dizem que as noites de luar são as melhores para bombardeamentos aéreos.)


GEDEÃO, António. Poesia Completa. Lisboa, Ed. Sá da Costa. 2ª ed. 1997. Il. De Júlio Pomar


Os alunos de 12ºano, e toda a gente que alguma vez leu ou assistiu à representação da peça Felizmente Há Luar compreende a relação que imediatamente é possivel criar entre este poema e aquela obra.

"[...] Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina!
Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim...

(Pausa)

Felizmente - felizmente há luar!"

Esta fala é de Matilde, a esposa do general Gomes Freire de Andrade, quando este é enforcado. Por ter sido corajoso e não ter traído o seu povo.