terça-feira, 15 de abril de 2008

Texto consatruído a partir de de excertos de A de Campos e Italo Calvino

Texto de excertos

Então pensei:

- Agora vou matar um tal Alberto. Alberto, conheço-o bem. A julgar pela voz tem a cara cheia de sardas. Não se percebia bem que idade tinha, mas eu, que levo o dia a beber coisas, à noite, em vez de sair com o saco e a lanterna, ia matá-lo. Só assim ficaria bem com a consciência.

Vento havia-o, depois dei por isso. Não há nenhuma luz de archotes ou lanternas, pelo menos à distância de 2 milhas.

Esperei pelo melhor momento até ao amanhecer. Nunca tinha havido tanto calor a biblioteca, que era já por si um lugar fresco, agora imaginem cá fora, e eu, com o canivete na mão, só esperava que as lâminas não começassem a pender moles como línguas de cães.

Está um belo dia, e tudo calmo, porém o chefe só manda enquanto a cabeça estiver agarrada ao pescoço.

De qualquer modo, não o matarei à facada. Terei Alberto posto de corda ao pescoço, como bicho do demónio, ou então dou conta do trabalho com um míssil. Na nossa tribo já não se discute senão mísseis teledirigidos, então eu que fingi que estudei engenharia!

Mas como sempre sucede, aqueles chegam sempre quando menos se espera.

- Ia sendo apanhado! Não posso ficar aqui!

O que precisava mesmo era de alguém que o observasse sem ser visto...

- Vou ter de ser rápido e subtil, e acertar-lhe na grande esponja feita para absorver e irrigar.

Feito! Alberto cai ao chão tingindo-o de vermelho.

Só resta que venham buscar o corpo e o enterrem, porque provas não deixei.

Jorge Rosa nº17 12ºJ

Nenhum comentário: