terça-feira, 15 de abril de 2008

Texto Feito a Partir dos Excertos de contos lidosnas Aulas


“Eu passava ali sozinho e ao acaso”, “o sol entrava na rua de esguelha” “recortando as sombras dos telhados”. Na rua “paliçadas de madeira incrustada e cartazes rasgados”. “Não passava quase ninguém”. “Eu estava a mil milhas de pensar”.

Curvei uma esquina, e ao fazê-lo pisei os meus próprios atacadores, “parar na rua para atar um sapato é aborrecido”. Ergui-me e deparei-me com um homem com “a boca prestes a inclinar-se num sorriso”.

Um sorriso era então uma coisa contida, sem grande emoção, como todo o ambiente daquela época. Estávamos num “país onde tudo era proibido menos o mata, não havia ninguém que achasse mal ou não se adaptasse, eles continuavam a jogar ao mata” alheios à contenção imposta. “Os ricos ficavam cada vez mais ricos, e os pobres cada vez mais pobres”. A repressão era constante. Apertei contra o corpo o meu saco que continha a minha leitura, o romance que eu lia vezes sem conta, escondido. “Os livros continham opiniões contrárias ao prestígio dos militares, a comissão examinava todos os livros da biblioteca”.

“Não percebia a razão das coisas, dos homens. E pus-me então a rir, e fiquei ali desorientado (…) achado e perdido no mesmo instante”.

Anoitecera, de repente “a minha sombra assustou-se com a lua”. Levantei os olhos para o céu, onde “o céu estival era atravessado pelos mísseis”. Disse-me uma voz: -É uma “guerra de religião”. Nesta cidade, num dia, “encontram-se três/quatro vezes as mesmas caras”, “era meu destino que o reencontrasse”, e ali estava o homem que quase me sorrira. Respondi-lhe “A guerra reencontrou uma face, e é de novo, a deles”. ““Proibiram-lhes o mata” o povo quer a revolução, dizem que “a fruta quando está madura colhe-se, as cabeças cortam-se. Se eu “deixaria morrer os frutos nos ramos””, observou. Ficámos em silêncio, queríamos ser os “heróis da liberdade”, “víamo-nos a nós a libertar a cidade da tirania”…”Heróis da liberdade”…

Ouviu-se uma voz a bramar ao longe “Os meus “súbditos só se preocupam em derrubar” o meu “governo”! Isto é tudo em nome de “questões antigas”! E “se não mato o Alberto, matei muita gente para nada”!”

“Apeteceu-me desaparecer numa nuvem”. “Não percebia a razão das coisas, dos homens”. Olhámo-nos, tínhamos de agir “só assim ficaríamos bem com a nossa consciência”. “O povo fez a revolução”! “O orgulho cessou de me morder por dentro”.

“Meti as mãos nos bolsos e continuei ali a passear, sozinho e ao acaso”.

Marta, 12º J

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