quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Lisboa em Pessoa- "Oh Lisboa, meu Lar!"


A PROFESSORA MARIA JOSÉ, DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES, EXPLICA O CONTEXTO HISTÓRICO DO MODERNISMO E A HISTÓRIA DA BRASILEIRA.

“Na Brasileira falando com Fortunato da Fonseca, Anahory, Corado. Este, não sei se casualmente, repetiu, falando comigo só, a frase do Rosa que ontem me citara. Já me magoou menos.[…]”

De dia nada a fazer nos escritórios do Lavado e do Mayer. Estive na Brasileira com o Gayo, que me esteve. expondo duas peças . Do mesmo pondo, tratado diversamente[…]

(Páginas de um Diário de F. Pessoa)

“Ontem deitei no correio um “Orpheu” para si. Foi só um porque podemos dispor de muito poucos. Deve esgotar-se rapidamente a edição. Foi um triunfo absoluto, especialmente com o reclame que a “Capital” nos fez com uma tareia na primeira página, um artigo de duas colunas. Não lhe mando o jornal porque lhe escrevo á pressa, da Brasileira do Chiado. Para a mala seguinte contarei tudo detalhadamente. Há imenso que contar. Agora tenho tido muito que fazer. Da livraria depositária é que seguirão os exemplares para os assinantes e livrarias de aí. Naturalmente não há números para irem para todos os nomes que V. indica. Vão para alguns. Naturalmente temos que fazer segunda edição. Somos o assunto do dia em Lisboa; sem exagero lho digo. O escândalo é enorme. Somos apontados na rua, e a gente – mesmo extra-literária – fala no “Orpheu”.

Carta a Armando Côrtes- Rodrigues (4-4-1915)

F Pessoa, Diário de 1913

Antes de sairem do café os alunos repararam nas chávenas e no logótipo, que é o mesmo desde 1905, data de fundação. Foi por "esta" chávena que Pessoa bebeu o café. Para além dos turistas, os artistas continuam a manifestar uma preferência especial por este café e pela magia que nele deixaram os do grupo da revista Orpheu. Nas paredes, algumas obras significativas desta geração, nomeadamente o célebre quadro de Almada, grupo com auto-retrato.

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