segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

“Uma Lisboa em Pessoa”

Relatório da Visita de Estudo – “Uma Lisboa em Pessoa”

Disciplina de Português

Dia 21 de Novembro pelas 8:58| 8:59 estava eu a subir as escadas do metro da Baixa – Chiado quando comecei a ver um grande aglomerado de pessoas. Entre elas estavam as minhas Professoras: de Português, Risoleta Pedro, de Historia da Cultura e das Artes, Cesaltina Pedro também se encontrava outra professora de Historia da Cultura e das Artes, Maria José e por fim os meus colegas de turma bem como os da turma J e K.

Fig. 1

Assim começou a minha visita, quando me juntei ao grupo alguém já estava a ler, mas eu não me recordo e como não estava a acompanhar, decidi fotografar a estátua de Fernando Pessoa (Fig. 1) que se encontra na esplanada do café “A Brasileira”, (Fig. 2) local de partida da visita. O café “A Brasileira” é um local de grande relevância, pois era neste café e também no Martinho da Arcada (como vimos nos final da visita) que se realizavam as tertúlias a que Pessoa fazia questão de estar presente.

Fig. 2


Depois da leitura a professora Maria José falou um pouco da arquitectura romântica lisboeta. Quando acabou, seguimos para o Largo de Carmo para conhecermos o 1º Esq. do Nº 18, (Fig.3) local onde Pessoa viveu entre 1808/1912.

Fig. 1

A Maria e Teresa da turma I leram um texto de Bernardo Soares. Permanecemos no largo durante algum tempo, a fim de tirar fotografias para completar o relatório pedido pela professora Risoleta Pedro.

Descemos até à Igreja dos Mártires (Fig.4) onde Fernando Pessoa foi baptizado, a professora Risoleta leu. Após esta breve paragem seguimos em direcção ao local mais importante (na minha opinião) da visita, o Largo de São Carlos onde no 4º andar (Fig.5) nasceu o grande poeta português Fernando Pessoa. Aqui, o Bernardo leu um poema, intitulado:



Fig. 3


A aldeia em que nasci foi o Largo de S. Carlos”

Fig. 4

Fig. 5

“Ó sino da minha aldeia
Dolente na tarde calma
Cada tua badalada
Soa dentro de minh'alma
e é tão lento o teu soar
Tão como triste da vida
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida

Por mais que me tanjas perto
Quando passo sempre errante
És para mim como um sonho
Soas-me na alma distante
A cada pancada tua
Vibrante no céu aberto
Sinto mais longe o passado
Sinto a saudade mais perto”

Após as leituras relacionadas com a disciplina de português, a professora de H.C.A, Maria José, voltou a dirigir a nossa atenção para a Lisboa Neoclássica, falando das cores empregues nos edifícios desta época, sendo as mais usuais o amarelo claro/torrado, o cor-de-rosa e o roxo. Balizou o Teatro de São Carlos (Fig.6) como pertencente ao Neoclássico Português. Deu também outro exemplo de um edifício do mesmo estilo, o Palácio da Ajuda.

Mantendo o ritmo, continuámos para o Museu do Chiado, onde tivemos a oportunidade de ver a exposição temporária: “Centre Pompidou – Novos Média” onde ficámos a conhecer instalações, projectos vídeo efectuados aquando da exploração dos “média” como forma de expressão. Registei alguns artistas bem como os títulos das suas obras:



Fig. 6


  • Tony Oursler – Vídeo vigilância
  • Nam June Paik – Moon is the oldest TV
  • Dan Gratiam – Present Continuous Past
  • Chris Marker
  • Star Douglas – Hors Champs
  • Martial Roysse – Identité
  • Peter Campus – Interface
  • Samuel Beckett – Arena Quad I + II

Pessoalmente, não me sinto muito cativada por este tipo de expressão, não me transmite muito, mas gostei de conhecer algumas obras.

Como na aula antes da visita, a professora Risoleta comunicou que teríamos de escolher uma obra e falar sobre ela eu escolhi um projecto de vídeo.

Devem-me estar a perguntar porquê?

Pois é, não prestei atenção a todas as indicações dadas pela professora na aula, senão tinha entendido que não tinha de escolher uma obra daquela exposição.

Uma vez que a professora queria um comentário a um quadro da época de Pessoa, um quadro modernista ou pós – modernista provavelmente uma pintura do seu amigo Almada Negreiros. Só me apercebi que não vimos a exposição, que a professora tinha em mente no fim da visita, pois fiquei a falar com a nossa guia e depois a professora Risoleta interveio a perguntar pela colecção do Museu, essa colecção, sim, reúne obras de Almada Negreiros e de outros artistas da época.

Voltando ao projecto de vídeo, escolhi Arena Quad I + II de Samuel Beckett – que representa a procura da identidade pessoal. Na minha opinião pode também ser interpretada como o nosso dia-a-dia, muitas vezes andamos “presos” às voltas a tentar encontrar o nosso caminho, a tentar alcançar os objectivos que estipulados para nós próprios e muitas vezes esbarramos contra obstáculos, voltando ao ponto zero (centro do cubo).

Quando acabou a visita à exposição, já estávamos todos desejosos de almoçar, dirigimo-nos para o miradouro de Santa Catarina, acabando assim a primeira parte da visita.

O almoço foi calmo, apesar de quando cheguei ao miradouro descobri que não era muito bem frequentado, ninguém nos chateou, é uma verdade, mas confesso que estava um pouco receosa em relação às pessoas que lá estavam.

Principalmente porque tinha o meu colega David da turma I a correr atrás dos pombos, só estava à espera do momento em que algum dos frequentadores do miradouro viesse meter conversa. Mas correu tudo bem, a vista do miradouro era agradável não se pode dizer linda, porque o que mais víamos era o cais de embarque e algumas fábricas. Enfim a vista da Lisboa “comercial”.

Mais ou menos à hora marcada, a professora Risoleta chamou-nos para iniciarmos a segunda parte da visita. No miradouro foram lidos alguns poemas: a Subtil leu Álvaro de Campos, o Bernardo leu “Ode Marítima”, o Macedo leu um excerto do “Livro do Desassossego” e em conjunto a Teresa e a Maria leram “ O Monstrengo”.

Esta última leitura estava muito bem enquadrada, uma vez que no miradouro de Santa Catarina encontra-se uma estátua do Adamastor.

Seguimos para os Restauradores. Já na frente da estação do Rossio ficámos a conhecer o local (um café que existia na altura mas actualmente é o edifício da Caixa Geral de Depósitos) de onde Fernando Pessoa observava a sua namorada Ophélia.

O prédio onde Ophélia habitava situava-se na rua em frente ao café, na Rua 1º de Dezembro (Fig.7).



Fig. 7


Fig. 1

Neste momento o nosso grupo (constituído pelas três turmas), já se encontrava reduzido... talvez pelo cansaço, alguns dos meus colegas terminaram a visita mais cedo.

Continuámos em direcção à Praça de D. Pedro onde o Edgar leu. Passámos ainda pelo Animatógrafo do Rossio antes de nos dirigirmos para a Praça da Figueira para ter como fundo das nossas leituras, o castelo de São Jorge.

Continuámos pela Rua dos Fanqueiros para conhecemos o 1º andar do Nº 44 (Fig.8), local onde Pessoa trabalhou num escritório.

Já a um ritmo mais lento dirigimo-nos até ao último ponto da visita, o café Martinho da Arcada (Fig.9), no Terreiro do Paço. Tirámos algumas fotografias do interior (Fig.10). Um dos empregados do café expressou o seu gosto e admiração por Fernando Pessoa, ofereceu-nos um postal com uma fotografia de Pessoa e no verso um poema de Álvaro de Campos “Dobrada à moda do Porto”.

O senhor esteve um tempo à conversa connosco e com a professora Risoleta, disse que ali passavam muitas excursões de todo o país, só para ficarem a conhecer um dos cafés que o poeta mais frequentava.

Já todos cansados, sentámo-nos nas cadeiras do Martinho da Arcada, ali passámos alguns minutos ali, até que a professora Risoleta terminou a visita. Dizendo uma frase que eu gostei muito de ouvir: “Parabéns aos que conseguiram chegar até ao fim da visita”. Foi muito agradável ouvir estas palavras pois estávamos todos muito cansados e aquela frase foi o reconhecimento dado por parte da professora.







Fig. 8



Fig. 8







Fig. 9


Fig. 10


Maria Galhano Nº 17 12º I

Lisboa, 27 Novembro de 2007

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