segunda-feira, 10 de março de 2008

Entre o rodar da torneira e o cair da água, exercício de estilo imitando um heterónimo de Pessoa:

A água, quando rodo a torneira com um simples movimento de mão, sobe no cano, como um salmão sobe um rio. Quando se liberta daquele vazio que é o cano, solta-se e cai em mim como uma espécie de destino que a traz. E sinto-a a percorrer-me como se fosse a última vez que o fizesse (é disso que tenho medo).Tenho medo que acabe esse segundo, o segundo que muda a vida, o segundo, que se o perdera, já não será nada.


Ana Subtil nº3 12ºI

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